Associação Comercial envergonha memória do Paraná



O presidente da Associação Comercial do Paraná, Edson José Ramon, ficará para a história como autor do maior equívoco histórico e político do Paraná. Ele vai atribuir ao ex-governador Jaime Lerner no dia 2 de dezembro, no Clube Curitibano, a Comenda Barão do Serro Azul, a mais importante distinção daquela entidade.
Das duas, uma: ou Ramon não conhece a história do Paraná, ou está apenas fazendo politicagem.
O empresário Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul (fundador da ACP) é um dos heróis nacionais do Paraná. Dedicou sua vida à proteção da cidade durante a Revolução Federalista, impedindo que Curitiba fosse saqueada, e depois foi fuzilado na Serra do Mar. Ele foi o maior exportador de erva-mate do mundo. Era o homem mais rico do Paraná, na época, e investia do próprio bolso para fortalecer o comércio e a produção de bens locais.
Um homem dessa estirpe não tem nada que ver com políticos de triste memória.
Em setembro de 2011 o ex-governador do Paraná Jaime Lerner foi condenado a três anos e seis meses de detenção, mais multa, pelo crime de dispensa ilegal de licitação na construção de estradas. A decisão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), também negou habeas corpus ao ex-governador.
Lerner foi condenado em razão de um aditivo contratual que estendeu a concessão obtida pela empresa “Caminhos do Paraná S/A” em 80 quilômetros, incluindo trechos da BR-476 e PR-427 não previstos na licitação original. A rodovia federal estava delegada ao Estado do Paraná por meio de convênio.
A defesa do ex-governador argumentou que, em razão de o réu ter mais de 70 anos, teria ocorrido prescrição. A denúncia do Ministério Público também seria nula por não descrever as condutas individuais dos acusados, impedindo o contraditório. Mas para o relator, ministro Jorge Mussi, a denúncia está de acordo com o crime previsto na Lei de Licitações e Contratos.
Graças ao ex-governador Jaime Lerner os paranaenses pagam os pedágios mais caros do país, e custeiam a maior roubalheira da história do Paraná: 19 bilhões de reais desviados com a quebra do Banestado. Até 2029 uma parte dos impostos dos paranaenses está comprometida para pagar a roubalheira do Banestado no governo Lerner.
Doleiros presos afirmaram que entregavam malas de dinheiro da corrupção ao homenageado pela ACP.
O presidente da Associação Comercial do Paraná acaba de cometer um erro histórico, cobrindo de vergonha uma entidade centenária.
Que vergonha...

José Gil