Pedágios no Paraná são os mais caros do mundo



“Traidores do interesse público”. “Cúmplices na roubalheira das pedageiras”. Esses epítetos que se ouvem pelas ruas das cidades do nosso Estado quando se trata de comentar a relação de alguns deputados com as concessionárias de pedágio, que praticam os preços mais caros do país, serão ou não confirmados na apresentação do resultado da recém instalada CPI do Pedágio.
A população – acertadamente – não aceita que alguns deputados eleitos para defender os interesses do povo do Paraná, considerados verdadeiros “príncipes” diante de tantas mordomias e altos salários que recebem, ainda se prestem a trair o povo que os elegeu, recebendo propinas ou financiamentos de campanhas para apoiar concessionárias que além de praticar preços abusivos e extorsivos, não duplicam as rodovias do nosso Estado. Rodovias estas que receberam de mãos beijadas do ex-governador Jaime Lerner, em cujo governo aconteceu a maior roubalheira da história dos paranaenses, a fraudulenta quebra do Banestado.
Alguns deputados estudam a convocação de Lerner para explicar na Assembleia Legislativa os motivos que o levaram a patrocinar os acordos lesivos ao Paraná para beneficiar meia dúzia de empresas concessionárias.
O deputado Cleiton Kielse (PMDB) vem denunciando ao longo dos anos a relação espúria e criminosa entre pedageiras e alguns deputados. Nos últimos dias ele tem recebido ameaças de morte. Não podemos acreditar que essas ameaças de morte a um deputado que defende os interesses do povo do Paraná seja obra de pedageiras, empresas legalmente constituídas, porque caso contrário seria admitir que trata-se de uma grande e poderosa quadrilha organizada, que compra ou manda assassinar deputados.
Felizmente a sociedade civil organizada – cooperativas, sindicatos, Federação da Indústria – estão se mobilizando na luta contra os pedágios, repetindo a campanha vitoriosa contra a venda da Copel.
O deputado Kielse foi mais longe, denunciou que os encontros dos deputados estão sendo acompanhados de perto pelos maiores interessados em que “a CPI não vá para a frente”. “Infiltrados das concessionárias estão acompanhando permanentemente as sessões. Eles têm gente aqui fazendo isso, pois teremos decisões que vão influenciar em toda a economia do estado”, diz. Ele solicitou a quebra imediata de sigilo fiscal, bancário e telefônico das seis concessionárias que administram as rodovias do Paraná por um período de 15 anos anteriores para apurar irregularidades nos contratos. O requerimento da quebra de sigilo deve ser votado na próxima reunião da CPI.
O povo paranaense está de olho nessa CPI para seguir o exemplo das manifestações recentemente ocorridas em todo o país. Caso esta CPI acabe em pizza, a população deve começar a inaugurar ainda neste ano em diversas cidades comitês e grupos da cidadania com o slogan “Não reeleja deputados”, divulgando os nomes dos traidores do interesse público do povo do Paraná.